A cidade que era feliz e já não é



Uma cidade que parou no tempo



São Tomé já foi uma cidade bem mais humana, organizada e acolhedora do que hoje, certo? Tudo funcionava melhor, a cidade era gentil e as pessoas viviam mais felizes.
Hoje ao amanhecer comecei a lembrar o quanto minha cidade era boa. Quando ainda menino, no antigo pátio onde hoje é o bairro mais novo da cidade, brincávamos com carros feitos de latas, era uma beleza. Neste pátio existia várias árvores que chamamos de algaroba, lá eu e meus amigos juta vamos as bajes que caia das árvores, que tempo bom! 

Ao lembrar do rio Potengi, que quando em um ano bom de inverno, logo após as grandes enchentes ficava os poços ao pé das pedras, era tudo que um jovem aventureiro queria, pescar o dia inteiro. Nessa época, não existia a internet, mas um tempo bom, que mesmo que eu queira ele não volta nunca mais, as pessoas eram mais felizes.
Uma das melhores diversões que existia na época, era ficar esperando o ônibus da empresa Alves na rodoviária velha, para poder levar as bagagens que as pessoas traziam da capital, claro, também ganhar um dinheirinho.

Hoje, ao passar em frente à escola estadual Amaro Cavalcanti o coração fica mais pequeno, mas não é pela escola estadual, é pelo antigo colégio Cenecista, que hoje não existe mais. As ruínas das antigas paredes, a quadra de esporte, quantas jogadas, campeonatos, isso sem falar da festa tradicional, "a festa do colégio". Na quadra de esporte que hoje só me resta as boas lembranças, também comemorávamos a paixão de Cristo, que tempo bom.

Ainda jovem, quando estava me preparando para ir estudar na escola Amaro Cavalcanti, de longe escutava uma sirene soar todo meio dia, era o alarme da cooperativa, isso acontecia exatamente as as 12 horas. Lembro também muitas das vezes sem entender o que acontecia, uma frota de caminhões e carretas carregadas de algodão vindo da região sul do país, o povo animado, agricultores felizes, chegou a safra, as carretas não param de entrar na querida cidade, -são Tomé era mais feliz.

Lembro também de um televisor grande com imagens em preto e branco que ficava instalado na rodoviária velha, e um senhor vinha todos os dias chova ou faça sol ligar o aparelho, mas, mesmo sem a internet, são Tomé era mais feliz. Ainda naquela época, não existia a violência que tem hoje; drogas, o que é isso? não sei o que é! não me lembro, mas, tenho uma forte lembrança que as portas das casas, se por descuido ficassem abertas, ainda estava tudo normal. Posso até estar enganado, mas a feira livre aos sábados era muito maior e melhor, então, o que aconteceu com nossa cidade?

Uma das lembranças que só hoje entendo a grande perca que tivemos, pois naquela época eu era muito jovem, não entendia quase nada, foi a retirada do "Banco do Brasil" ali começou o retrocesso em nossa cidade. Lembro também do saudoso mecânico Cicero de Bague, que tinha uma oficina de bicicleta, era a maior da cidade, Motos! era apenas um sonho dos mais favorecidos da época, um tempo totalmente diferente de hoje, porém na mesma cidade, que tempo bom era aquele.

Às vezes eu fico sem entender o porquê da demolição da antiga praça que ficava ao lado do foro da cidade, a justificativa foi a modernização, não estou convencido com essa explicação, as vezes eu penso que moro em outra cidade. Há, e o que falar da Telern? hoje o prédio ainda existe, porem abandonado.
Não estou criticando a são Tomé de hoje, mas, provando com fatos que ela não evoluiu, diminuiu e muito. Porque? o que ouve? as vezes eu penso que tudo isso não aconteceu aqui, mas aí, volto para a realidade, e vejo que o foro da cidade pode ir embora, juntamente com o ministério público e a delegacia civil. O que está havendo com nossa cidade? Porque não cresce? quantos amigos tiveram que ir embora, à são Tomé! você está morrendo aos poucos e seus filhos ainda não sabem, alguém ajude nossa cidade, ela precisa de ajuda.



autor; Rosinaldo Pereira de lima, nascido em são Tomé/RN


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